as terapias pedem pra identificar os pensamentos automáticos.
não consigo agarrá-los
são quase uma lenda - dessubstanciais
nem acho que sejam possíveis e paupáveis a ponto de eu conseguir com razoável esforço alcançá-los
o gérmen é incognoscível
e parece brotar como ideia inata
é uma certeza sensível apenas
antes de qualquer alcance racional reflexível
chispas ininterruptas, de constituição muito básica
elemento muito frívolo
tão simples e óbvio que as sinapses corrompem a interpretação
é anterior à criação do signo -
é à prova de sistema de códigos
um organismo trivial que infecta sem grandes burocracias, apenas uma corrente e um espaço curto de convulsão
e então, feito
o corpo que percebo não ser eu se aquieta. selpucro fisiológico.
essa cara não é minha. eu não tenho fronte
não passa de um meio, um paliativo, um veículo montado às pressas.
moderno prometeu -
se faz presentificado apenas pra que haja matéria pra agonia.
as ramificações tóxicas ficam a cargo dessa condição de existência, e por isso, apenas por isso, ela.
se nunca amada, não mais amada
fraude de indivíduo
eu sou um nó que o tempo deu nessa cidade.
um objeto efêmero e descartável. há algo de pernicioso nas histórias que eu queria contar, na ajuda que eu preciso apelar
nenhuma idiossincrasia unicidade singularidade propriedade predicativo do sujeito
só apostos
como uma espécie de mofo e infiltração escoando por outras arestas e faces
e nisso consiste o arremedo de movimento que arrisco
ponho pra tocar a música do sepultamento desse estranho estranho prazo. mamãe diz que gostou. é bonita
bonita como tudo aquilo que promete me por fim.
eu continuo. não posso competir com corporificados.
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