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Mostrando postagens de julho, 2020

por que as bonecas/andróides sexuais representam uma ameaça social?

“Cada buraco apresenta texturas diferentes e únicas, curvas e rigidezes para proporcionar sensações intensas que são impossíveis de alcançar mesmo através da penetração real” . é  essa a propaganda da Aura Dolls, fabricante de bonecas sexuais em Toronto. já era possível escolher altura, peso (que deve variar de acordo com os seios, afinal TODAS são magras), cor e textura do cabelo, cor dos olhos, medidas e formatos de seios/cintura/quadril/bunda/coxas e até mesmo unhas, tamanho, forma e cor dos lábios vaginais, bem como do ânus. era possível, ainda, encomendar um modelo baseado em fotografias de alguém ou de um famoso.  mas não basta; as bonecas sexuais agora são dotadas de IA .  são várias as empresas, como a Sinthetics, que permitem que os clientes modelem, além da aparência, também a “personalidade” das bonecas (agora andróides). em 2017 foi lançada a Harmony, capaz de mexer a cabeça, os olhos, e de falar por meio de um aplicativo conectado a um tablet; o aplic...

como os estados psicológicos afetam o sistema imunológico

apesar de ser secular a hipótese de que estados psicológicos podem resultar em doenças, apenas recentemente se fizeram possíveis os instrumentos e mecanismos adequados para explicar objetivamente as interações. assim, o termo "psiconeuroimunologia" foi introduzido em 1981 por Robert Ader, para definir o campo da ciência que estuda a interação entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema imunológico. Mello Filho (1983) aponta o sistema imunológico como o grande elo entre os fenômenos psicossociais e os vários terrenos da patologia humana, como as doenças de hipersensibilidade, auto imunes, infecciosas e neoplásicas. Syvlahti (1987) cita que, além da auto-regulação do sistema imune protegendo organismo, ele está também sobre regulação externa, especialmente dos sistemas endócrino e nervoso. foi Hans Selye (1936) quem primeiro utilizou o termo "stress" para traduzir a capacidade do indivíduo (que pode ser mais ou menos predisposto) de resistir aos choques emociona...

por que eu não me chamo neurodiversa

* devido ao contexto, termos como “psicopatologias” ou “transtornos mentais” foram substituídos por “condições”. a semântica dos transtornos mentais/de personalidade é uma área constantemente reformulada; a semiologia psi pede essa busca incessante por termos mais precisos e menos estigmatizantes para os sinais, sintomas e diagnósticos, de modo que os significantes se alteram ou caem em desuso em questão de década.  os conceitos acordados ultrapassam a esfera estritamente de denominação neutra ou passiva, e se configuram como entidades sobretudo sociais, que nascem e fazem nascer discursos . assim, se relacionam diretamente com a percepção e a atitude frente à doença, por a) buscarem traduzir em termos comuns (compartilháveis) experiências e sofrimentos tão íntimos, isto é, culturalizar o psíquico e b) demandarem excessivo esforço devido a uma psicofobia estrutural que instrumentaliza e deturpa sintomas e diagnósticos. na década de 1990, a antropóloga autista Judy Singe...